De repente o computador desligou -Ai, ai, era só o que me faltava!
Faltou energia elétrica no bairro, agora, não tinha mais como eu continuar o trabalho da escola. Fui na sala, olhei o relógio, daqui a pouco ia começar a minha série favorita, peguei o controle da TV e apertei o botãozinho vermelho, na esperança de ter ficado algum restinho de força elétrica armazenada nos fios. Nada. Agora eu não podia fazer mais nada.
Olhei pela janela e vi meu cachorro brincando na chuva. Ele tentava pegar as goteiras, pensei até em me juntar a ele, mas depois, a água do chuveiro ia ser muito fria para um banho.
Peguei o celular, queria conversar com alguém, afinal eu estava sozinha, sofrendo de tédio, então, escolhi um número que estava armazenado e apertei o botãozinho verde, mas a chamada nem foi iniciada! O que eu ia fazer agora?! Meus créditos eram insuficientes!
Agora estava tudo perfeito, nada podia ser feito!
Peguei uma revista velha que estava jogada por ali, começei a folhar e a luz veio a calhar! - não foi a energia elétrica - foi a luz no fim do túnel do enfado que surgiu.
Começei a escolher algumas páginas, uma páginas claras, depois escolhi outras com uns desenhos, precisava de um pouco de cor para contrastar. Por fim, arranquei elas e cortei quadrados perfeitos, todos iguais e, começei a dobrar. Dobrar. Dobrar.
Horas depois, eu tinha onze forzinhas, uma diferente da outra, todas cheias de letrinhas.
No fim das contas, quando a energia elétrica voltou a reinar no bairro, tive de ficar até a 1:30 digitando meu trabalho, sem contar o documentário que ainda tenho que editar para semana que vem, mas o dia foi proveitoso, as flores feitas daquela revista velha acabaram reciclando o meu dia!
(Arquivo escrito e produzido em
17.11.2010, mas postado apenas hoje :)
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